Doenças na Proctologia
Incontinência intestinal
A incontinência intestinal é um problema anorretal definido como perda involuntária de fezes (líquidas ou sólidas) incluindo também a perda de gases, por pelo menos 3 meses. Estatísticas apontam que um a cada 12 indivíduos apresenta incontinência intestinal, o que corresponde a 18% da população em geral.
Entretanto, o problema é subestimado, uma vez que os próprios pacientes evitam procurar ajuda médica para tratar a condição, apesar disso causar grande impacto no dia a dia e afetar a qualidade de vida.
A incontinência intestinal afeta mais as mulheres, principalmente devido a traumas obstétricos ocorridos durante o parto. Lesões no assoalho pélvico, causadas por partos prolongados, uso de fórceps e episiotomia, enfraquecem músculos e nervos responsáveis pelo controle intestinal. Isso pode levar ao desenvolvimento da incontinência, impactando a qualidade de vida das mulheres. A conscientização e o diagnóstico precoce são essenciais para um tratamento eficaz, proporcionando mais conforto e segurança no cotidiano.
A neuromodulação sacral é uma terapia avançada e eficaz para o tratamento da incontinência intestinal. Este procedimento envolve a implantação de um pequeno dispositivo sob a pele na região lombar, que envia impulsos elétricos suaves aos nervos sacrais, responsáveis pelo controle dos músculos do assoalho pélvico e do intestino.
O tratamento é realizado em duas etapas. Na primeira, uma fase de teste, um eletrodo temporário é colocado para avaliar a resposta do paciente.
Se os resultados forem positivos, o dispositivo permanente é implantado. O efeito da neuromodulação é notável: a maioria dos pacientes experimenta uma redução significativa nos episódios de incontinência, recuperando o controle intestinal e, consequentemente, uma melhoria substancial na qualidade de vida.
Além de ser minimamente invasivo, o procedimento oferece uma opção de tratamento duradoura para aqueles que não respondem a outras terapias convencionais.